Boxe Olímpico: luta sem agressão

A mobilidade se destaca pela disciplina corporal e mental que oferece aos seus participantes
O boxe olímpico e muito diferente do profissional, pois não e nocauteador, e sim pontuador, o que o caracteriza como um esporte não agressivo. Mesmo assim, e confundido com outras modalidades de boxe ou até mesmo com violência. No entanto, prima pela proteção de seus participantes e vem conquistando espaço tanto entre os homens quanto entre as mulheres, de todas as idades.
Para praticar esse esporte é obrigatório o uso de capacete, de protetor bucal, de camiseta (cuja maior finalidade é dificultar a visualização dos pontos vulneráveis na região do tórax e abdome) e as luvas são feitas de material que dissipa a força dos socos. No caso do boxe feminino, além desses acessórios usa-se também um protetor na região dos seios, como exige a Associação Internacional de Boxe Amador (AIBA).
A modalidade tem uma tradição insuperável de cuidados de segurança, talvez por isso crianças de no mínimo cinco anos podem iniciar na modalidade. Os idosos também sofrem restrições. Não podem apresentar problemas cardíacos, já que a atividade exige muito do cardiovascular da pessoa.
O árbitro tem como missão proteger a integridade física dos lutadores e avaliar as técnicas utilizadas. As competições são decididas por pontuação. Os pontos variam de acordo com a parte do corpo atingida pela luva do adversário. Os golpes devem ser direcionados na parte lateral e frontal da cabeça e acima da cintura. Golpes nos braços não somam pontos e se algum dos competidores direcionarem o soco em outras áreas, ele pode ser penalizado ou até desclassificado da competição.
Mas o boxe olímpico não precisa ser encarado somente como preparo para uma competição. A advogada Maristela Finger, de 48 anos, luta há nove anos e é professora de boxe olímpico há quatro anos. ‘’Comecei a lutar para aliviar o estresse do trabalho. Quando comecei eu era a única mulher da minha equipe, apanhei muito. Fizeram apostas que eu iria desistir, mas os benefícios de praticar um esporte como o boxe olímpico valem à pena’’, disse.
Além do bom preparo físico, o esporte proporciona outros benefícios motores, de atenção e lateralidade. Quem combate, percebe movimentos antes que eles aconteçam, logo a percepção também é trabalhada. A parte motora também é estimulada, o que beneficia os dois lados do cérebro, prevenindo doenças como Alzheimer. Os lutadores adquirem reflexos mais rápidos e melhoram a concentração. Renato Souza, 20 anos, luta há seis meses, e descreve o esporte como uma “nobre arte”. Ele conta que estava em busca de um esporte que proporcionasse não somente melhores condições físicas, mas também autodisciplina.

A professora Maristela vê a atividade física como um jogo que exige coordenação, técnica e estratégia. ‘’O respeito pelo adversário é fundamental. Quem pratica luta não briga e as técnicas ensinadas no ringue não podem ser usadas fora dele. Esses são os principais ensinamentos que tento passar para os meus alunos’’, enfatiza.
O Boxe Olímpico é uma modalidade que vem ganhando mais espaço nas academias e cada vez mais participantes. Todos em busca de uma vida mais saudável e de uma forma diferente de deixar o sedentarismo de lado.


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